23 de jul. de 2013

hiatos?

tudo começa pela questão de atos. são comportamentos que definem o sentido de uma existência. ora existo ora desisto.
por mais que peneje, inocência nunca foi o forte da Gente.
a Gente se faz, por uma questão de fetiche.
questão de atos, de fetiche.
a Gente é mesmo todo cáustico.
eu sou
babo soda quente!
tenho quatro das glândulas. três cospem, uma é soda cáustica. baba corrosiva. língua de trapo.
mas faço que não, por uma questão de fetiche. ou de incoerência mesmo.
não há o que mais me custa que ser que incoerente. custa e goste.
além de fetiche, uma questão de atos.
suponhamos que assumamos nossa hipocrisia...
o poder da arte.
basta que eu assuma uma hipocrisia para que eu não o seja mais, hipócrita. verso reverso
passa a ser perdão.
pecado, quando percebido, é absolvição.
questão de tempo
para que vire hipocrisia de novo.
a Gente é tudo bicho de maçã. de maçã mordida.
e eu peco. eu ajo. eu peço pelo meu fetiche. toda Gente precisa dum misticismo enquanto em vida, porque quando morte, essa é a pura mística traduzida.
uma questão de abrir a porta dos fundos. porque a da frente a Gente preserva. e enxerga o que entra pelos fundos como abismal. a Gente pecando  hipocrisia. porque de uma forma ou de outra, a Gente sempre abre a porta. e tranca do lado de dentro, pra preservar o que veio dos fundos, tanto quanto, quiçá mais, os das portas das frentes.
eu repenso minhas portas da frente. e as de trás.
e repenso minhas questões
meus fetiches
minhas artes
meus tempos
meus atos.
faço uma marmita de questões únicas, que repenso o mesmo e chamo de tangência.
tangência dos hiatos. das minhas fendas, feridas.
que eu lambo em soda cáustica e observo tudo borbulhar, enfervecer, e pendo pro lavar com água e sabão ou cuspir mais em cima.
por questões de atos
eu não ipermeabilizo
eu cuspo no corte, quase o dedo na ferida nos hiatos.
e atos?